Houve um tempo, no passado, em que todos os ciganos do Brasil foram banidos para Fernando de Noronha, possivelmente em 1738 ou 1739. Era a definição de "limpeza da raça", com o afastamentos daquele povo considerado desordeiro e vadio. No rastro dessa história real, a lenda fala de uma linda cigana que, vivendo num casebre na ilha, que tinha ao lado um frondoso cajueiro, plantado por ela. Num lugar sem mulheres, onde ela era, talvez, a única exceção, esta bela mulher prostituiu-se, entregando-se a muitos homens.
Ao morrer, o lugar tornou-se mal-assombrado e sua alma errante começou a aparecer junto ao cajueiro que plantara. Ao seu redor, fantasmas materializados de alguns desses homens aos quais enfeitiçou: generais, ordenanças, padres, também apareciam, amedrontando as gerações que se
seguiram com o estranho relato.
Uma crença que tem raízes na história, na presença de ciganos em Fernando de Noronha, a partir de 1738, banidos do continente gente de má índole e perigosa para o trato com os homens. Uma história carnavalizada pela Escola de Samba Mangueira, em 1995, num carro alegórico de símbolos gitanos, seguido pela ala de ciganos de todas as cores e enfeites.